quarta-feira, setembro 12, 2007

Setembro


A sessão de câmara era uma coisita odiada por todos na redacção, neste dia a rifa saiu ao júnior do departamento, eu. Feito o trabalho seguimos para o almoço, se a memória não me falha estava acompanhado do então director Rogério, do Gualter da agência lusa e de uma outra pessoa também ligado ao jornalismo, a mesa do restaurante solar do lago ficava de frente à televisão, a TVI avança com imagens de um acidente aéreo nos Estados Unido, a torre deitava fumo, “deve ter sido um gajo que queria apanhar a mulher com o outro” atirei eu, as piadas sucederam-se até que outro avião bate nas torres. O silêncio que se fez sentir nesse instante era mais cortante que aquelas facas acabadas de afiar. Perdeu a graça, avança o mesmo canal que se trata de um ataque terrorista.

O almoço acabou, rumo à redacção onde a agitação e o nervosismo se misturavam com o dever de informar, não pode ser verdade, as Torres caíram, … a maior potencia mundial foi atacada, o que vai acontecer?


As horas que se seguiram ainda correm nos meus pensamentos, foi o acontecimento que mudou o mundo, precisamente na altura em que exercia o meu estágio de jornalismo, no ano da besta, 2001, muitos foram os acontecimentos trágicos, e eu fiquei com uma pequena ligação a essas datas.


Sem esquecer o fim de um sonho, subir as Torres Gémeas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Neste caso, tratando-se de almoçar com o Rogério e o Gualter, estava-se mesmo a ver que qualquer coisa ia acontecer...

Eu estava já em casa, porque tinha dado ordens expressas ao pessoal para que o atentado ocorresse no momento em que tivesse acabado o meu turno e fosse para casa.

Os safardanos só falharam numa coisa:
Era suposto raptarem a Pamela Anderson, mas dela só continuo a ver o velho poster que tenho na casa de banho para os momentos mais... inspirados.

Electrobot disse...

Lembro-me bastante bem desse dia...Tinha acabado de acordar, após uma longa noite de estudo (sim, ainda andava na Universidade, na altura) e ia almoçar. Ao ligar a televisão, a 1ª coisa que vejo é um avião a estatelar-se contra uma das torre gémeas. Fiquei a pensar "mas que filme é este", e, entretanto, vi o logotipo da CNN, e aí vi que não era filme nenhum, mas sim a realidade. E foi assim que tomei contacto com este hediondo acto de terrorismo. E a semana seguinte foi toda passada com uma certa incerteza e insegurança...até parecia que o fim do mundo estava á porta...e de certa forma foi o fim do mundo, pelo menos como o tínhamos conhecido até aí...

Não me consigo esquecer nunca, na sexta que se seguiu, a noite no já saudoso KGB...toda a gente em euforia, como se aquela fosse a última noite que ia haver...sentia-se algo estranho no ar...e nunca na minha vida vi (e senti...) tanto roçanço num estabelecimento nocturno...Está provado que em épocas de stress e crises, o hedonismo vem imenso ao de cima.

Felizmente não foi a última noite, mas naquela altura, era essa a sensação que pairava no ar...

Agora fala-se em invadir o Irão...não sei onde isto vai parar..só espero que a última noite não esteja assim tão próxima...